29 de dezembro de 2008

Último estrondo


Saiba que cada brilho esporádico dos meus olhos serão pra agradecer cada gota de veneno chorado copiosamente em meus ombros..

As mentiras caídas de cada sonho meu serão pra provar que ainda existe um resto de sanidade na minha alma

Qualquer polegada de felicidade que eu puder sequestrar serão pra mostrar que nenhum daqueles dias foram completamente mortos

Saiba que serei capaz de construir uma história menos repugnante que a sua, e que se formos juntos para o caixão, eu vou comemorar antes que todo e qualquer vestígio destas míseras tentativas de esquecimento se esgotem..

Saiba que não saberei do que seria apropriado vestir para sua célebre festa fúnebre.

27 de dezembro de 2008

The ghost of no control


Eu consigo perder o controle;
nunca soube ao certo, e é tão óbvio
não há mais jeito de me consertar.
Não por mim mesma;
está na minha mente, estampado no meu rosto
Não posso me descartar mais uma vez
está tão impregnado em mim, é sórdido, é cruél.
Tenho algumas horas antes que tudo acabe, preciso de algo que não dure.
Amor, Gelo, Chuva.
tanto faz.
está ao meu redor, eu sei , está bem aqui
na droga da minha mente
E está comigo o tempo inteiro, como uma revolta insolente:
Um indigente descontrole.

cabelo cor de pele


Cabelo cor de pele, pernas finas e longas.
O primeiro que eu vejo.
Então ele põe as mãos no queixo:-Ual-diz.Que prédio asqueroso!
rimos. ele é todo de um quê confiável, e tem cabelos cor de pele.
bebe antisocialmente, e se mutila. Mesmo quando fuma, seu hálito é doce.
gostaria de ajudar, mas ele diz que não há necessidade pra tanto.
sempre há.
Suas vestimentas são inigualáveis, ele sempre fala sobre lugares estranhos
Não há problema nisso, nós adoramos coisas estranhas.
Seus olhos desafiam qualquer idiota.
Moramos por aí, viajando num trailer cool.
quando fala de suas dores, é tão genial, e eu sempre o observo chorar.
Suas longas pernas finas e braços esquálidos são uma obra de arte contemporânea.
Os cabelos cor de pele. Cuidadosamente desarrumados. Caem sobre o rosto graciosamente
Ele é quase um herói, e nós odiamos os dias mais bonitos.

23 de dezembro de 2008

O pingente (continuação)

Seus dedos longos e finos desgrudaram-se das laterais da caixa e esta cede á gravidade..
Enfim.
Caiu, com um baque no chão. Um som de morte feliz, se é que você entende..
Tudo ali, esparramado nos azulejos espaçosos, acolhedores.
e o pingentinho rejeitado..tão frágil?
Partiu-se ao meio, como se soubesse que causasse em Amelie amor e ódio.
Uma parte para cada sentimento, e era justo?

A menina tinha os lábio secos. Agora tinha também os olhos molhados com água salgada.
Lágrimas.
Ajoelhou-se junto ao pequeno artefato, que agora..eram dois. Dois de um.
Ou um de dois, como quiser.
Mas de fato, não havia um para cada pedaço dela naquele momento. Eram centenas..
Ela ainda quis desculpar-se, mas as palavras eram pesadas demais, e ficaram entaladas na boca.
Fez-se uma pequena poça de lágrimas perto dela. Uma poça de puro sal.
Nossa impagável amelie, agora estava cheia de remorso. E NÂO confunda com culpa. Não dessa vez..
As mão dela formaram uma pequena concha,e acolheram os pedacinhos do pingente como um filhote de passaro, que quebrou as asas.
O pingente.
Guardou-o num potinho cor de brisa..
Os pingentes.
Em seu rosto havia fragmentos de culpa dilacerante, e NÂO confunda com remorsos. Nunca.

Houve um pequeno ataque de nervos depois disso.
Mais lágrimas. só que agora elas eram doces, e não mais salgadas.
voce entende?
não creio..
Logo veio uma dose extra de enxaqueca, e o café em cima da mesa já estava frio.
droga.
Ela estava tão exausta de tudo, e muito sonolenta de novo.
Misture isso tudo e guarde em cima de uma cama.
Eu garanto que alguém dorme.
Igualzinho amelie fez..vencida pelo desastre gratuito, ela apenas dormiu.

Mais pesadelos. E o teto velava seu sono cheio deles.
Por último, houve um silêncio encantador.

Mas antes, houve também um pingente miúdo e solitário.
Partido bem ao meio.
Ele só precisava respirar mais uma vez.

...

Amelie, parte V - O pingente

Um episódio isolado. O pingente..

Cinco da tarde.
Era um dia relativamente chuvoso e as últimas quatro horas para amelie tinha sido suficientes para acumularem-se, no mínimo, três ou quatro pesadelos..
Sonhos maldosos, se preferir.
Em meio ao doce barulho da chuva, Amelie já tinha despertado, e fixava seus olhos no teto.
Ah, a chuva..caía, dançando com o vento gelado, impiedoso.Houve um travesseiro imprensado, suas mãos esfregaram os olhos sonolentos ainda, e seus pés a arrastaram para fora da cama.
Pegou um copo de café e se cobriu novamente, mas não sem antes xingar o chão frio, o que lhe causou arrepios.
O frio *-*
Levantou mais uma vez, e descansou o copo na escrivaninha, e foi olhar no armário.
Nada de bom pra vestir hoje, pensou.
Junto ás roupas inúteis do armário, havia um objeto.
Uma caixa de papelão, mas era do tipo bem sólido e firme. Nem lembrava que a havia guardado lá.
Bocejou..ainda tinha os pesadelos passeando na sua mente, vívidos. Pediam uma certa reflexão, até.
Pegou-a pra si e analisou os recortes de revistas antigas, que estavam grudados nela, formando uma espécie de estampa. Eram coloridas.
Alguma coisa por ali tinha de ser.
Seu rosto tinha uma expressão um tanto quanto dramática, imagine você.
Seus lábio eram secos. Tinham cor de sangue, mas eram secos.
Levantou a tampa alegre da caixinha e esta fez um assobio de delação..
Tinha um ar de segredo, de indiosidade, e dava uma sensação quase pertubadora. Nela haviam fotos antigas, papéis, textos, clipes de papel, bilhetes. cartas que nunca madara, das quais metade nunca conclui o conteúdo.
Fitas adesivas, entre outras parafenalhas.
Cada qual com seu valor emocional adequado. Porém, estúpidas.
esse tipo de coisa é típico dela. típico.
E havia ali um pingente: miúdo e solitário. Parecia tão ansioso por respirar que esgueirou-se por ehtre alguns bilhetes e brilhou..Era tão amarelo-tarde.
amerelo-amarelo.
Trazia lembranças á Amelie. Tempos bons, que sinceramente? poderiam jamais ter acabado, e, tempos difíceis que -porquê, meu Deus, porquê?- poderiam dissolver-se na sua mente até virarem um monte de nada.
Ínfimas palavras, atitude petulantes..
Pseudo amizades, momentos eternos de desolação..
Um maldito -e querido- pingente.

Nem eu sei dizer como, nem exatamente o porquê mas..Ela sentiu tanto ódio e repulsa do pequeno artefato que.

continua.

19 de dezembro de 2008

Chuva Seca



Eu tenho uma alma vestida de carvão, e há uma estampa imperceptível nela. não se trata de nenhum tipo de tendência ou coisa do gênero.
Rachaduras.
Me pergunto se Deus está furiso comigo agora. Acredite, há milhares de razões para isto.
Essa melancolia me soa tão agradável, eu poderia cheirá-la, e até poderia prová-la,minha compania infeliz. Só não garanto que posso tapeá-la quando sua compania já não for o bastante e ela se tornar enfadonha e pessimista demais pra mim, a ponto que eu queira descartar nossa amizade bem no lixo.
No lixo imundo da vida que ela oferece.
Posso imaginá-la, também.
vejo uma boneca de cera, que usa um belo vestido cor de vinho e sapatilhas de seda. É intocável, frágil. Quase distante, mas não o suficiente para não deixar se fazer sentir.
Sensitível, apenas.
Estou cada vez mais perto do abismo para tentar beijá-la.

Ela raramente traz consigo a chuva, mas, quando o faz, é tão ácida,abafada, fria e mórbida.
Eu acho que gosto disso. Desses instantes macabros idiotas de pensamento.
Observo, apenas.
A chuva.
Cada pingo que meus olhos conseguem visualizar, cada gota cor de água.
Homeopáticas e tristes. Moléculas desavisadas, que esborracham-se no vidro da janela.
Escorregam, derrotadas e encharcadas. Obedientemente silenciosas.
Mas não duram muito: logo outras caem umas sobres as outras..
Até a janela. E depois o chão cruél.
Até onde são capazes de ir.
Minha alma sorri. Sei disso porque posso sentir seu risinho abafado, como um infantil que tapa o riso com as maõs.
Ri de contentamento. Me deixa mais uma vez organizar meus pensamentos, e eles encaixam-se uns nos outros, formando um idéia verdadeira e completa.
A flâmula do desapontamento afrouxa.
E eu sinto uma paz momentânea, mas tudo é tão transitório, incapaz de durar muito mais tempo como eu gostaria.
Acredite, a melancolia é tão amigável como uma melancolia pode ser.

foto:avril lavigne

15 de dezembro de 2008

sleep


A pior parte é fugir de seus sonhos..
Uma bebida para o horror que estou, para os bons garotos e os maus garotos,
Para as monstruosidades que eu fiz,
Três vivas para a tirania, apatia inapológica
Porque não há nenhuma chance de eu voltar novamente
A pior parte são as terríveis coisas que eu vi
"Às vezes eu vejo chamas. E às vezes eu vejo gente que eu amo morrendo e... sempre"
Apenas durma..
Apenas durma..

[Grito:]Acorde!

"Eu não posso, eu não posso acordar"
...

[my chemical romance]

miséria, dormência.


eu quero deitar na cama, devaneiar um pouco, sentir o sono chegando devagar, devagar..

e enfim, dormir ao som de death cab.

eu quero esquecer de tudo e apenas dormir.
dormir muito, dormir até alguém achar que estou dormindo há tempo demais, e então vir me acordar com um leve sussurro, quase imperceptível e delicado.
e que esse alguém sente ao meu lado e diga que não estou maluca, que eu tenho saída. e que sim, eu sou mais forte que toda essa desgraça que é minha vida.
eu quero poder olhar no espelho e dizer que eu sou mais do que isso que aparento.e mais ainda, acreditar em cada palavra que sair da minha boca.
eu quero, e eu preciso disso tudo
...

13 de dezembro de 2008

Insensível

Minha garotinha triste
Estou pensando em você
minha garotinha triste
Você ficou tão insensível, e fui eu quem a deixou assim
Num estado tão deplorável
que estou com medo de você
Você é tão complicada, e para mim já chega
Garotinha triste, estou falando de você
estou pensando em você
Você ficou tão insensível
Porque fui eu quem a deixou assim