6 de março de 2010

Good-bye.

Adeus. E até logo.
http://www.immortality-infected.blogspot.com/

2 de março de 2010

"Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé - não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. (...) Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor. (...) Sinto uma dor enorme de não ser dois e não poder assim um ter partido, outro ter ficado com todas aquelas pessoas"

Lixo e purpurina. Caio F.

It's my violence. My Elegant violence.
Essa coisa está se agravando, mas eu deixo. Deixo porque esqueci como é ser livre para. Para. Senhor Jesus Cristo Todo-Poderoso, o que eu faço com isto? Ame a mim. Eu estou morrendo novamente, mas eu deixo.

25 de fevereiro de 2010

The amolst-first useless day of the year.

Procrastinando até que tudo se perca numa única golfada de sangue. Meu estômago dói, mas a dor é tolerávelmente rude. O que pra mim se torna suave.

22 de fevereiro de 2010

Eu estou tremendo, você não pode me salvar. Esqueça o que o médico disse. As saturações químicas.. Nos nossos corações a doença não vai tocar. Eu estou apagando, tremendo. Alguém chame a enfermeira chefe, pra nos agasalhar e nos atirar na sujeira, com um sonho que está se apagando.
Nas veias de luz ultravioleta, o fósforo está acendendo fogo. 
Ruptura a parede em volta do meu coração.
[Between Rupture And Rapture]

POISON POISON POISON.


CAUSE I LOVE ALL THE POISON

Sem título.

Fúcsia, liláceo, cinza-pálido, cinza-pérola, cáqui, cores sujas, textos ruins, textos egocêntricos, textos fadados à anomalidade, textos doentios, manias obsessivas, Diazepam, esmalte, comer, comer esmalte, cheirar esmalte, cabeça, bad trip, hot shot, algo como morrer, uma sociopata, um assassinato, uma assassina. Insônia, Deus, luz, trevas, ódio, ódio e mais ódio, nunca deixo de odiar, xadrez, listrado, florais, urgh. Olhos arrancados, órbitas saltando, lua cheia, vampiro, sodomia, sangue, sangue cálido de uma fonte inesgotável, poeira, manchas, amigos, perdi meus amigos, B, R, V, G, R, E, H, C, e eu. Meus dedos dormentes.
Meus textos dormentes. A inspiração expirou-se.

17 de fevereiro de 2010

É como uma ferroada. Lenta, pungente, amarga. E então a ardência. Por toda a extensão do pulmão, comprimindo, confrangindo.
Expulsa lágrimas à força.
Brutalmente.
Eu disse que não choraria outra vez.
E cá estou.
Isso nunca passa, e eu acho que estou sozinha outra vez.

Asbtraindo da dor uma forma de autocompreensão.
Mas entender, eu nunca vou de verdade.
Vou esquecer de mim.
Até me tornar um nada insensível.

16 de fevereiro de 2010

Meu silêncio sepulcral e devastador trazia consigo o cheiro desolador do desespero.
Misantropia ganhará um novo sentido.
Pílulas pra dormir, salvação goela abaixo.
Uma vida cansada ceifada aos poucos.
Abraçando o Fim suavemente
Uma pequena porém, grandiosa redenção.
É tarde pra pensar em voltar atrás.
Doloroso tentar lembrar.
Sentido inquietos.
Estamos sóbrios, pois muito bem.

Fragmentos.

Entrei pela porta como se estivesse esperando ser atacada por alguém escondido à espreita: paranoicamente cuidadosa. A porta fez um leve rangido ao ser aberta, pois há muito tempo ninguém a tocava. A madeira do piso, parecia ter estalado com preguiça ao ser pisada..

As paredes finas tinham pequenos orifícios de balas, por onde a luz do luar podia entrar confortavelmente. Acabei me engasgando com a fumaça, que me dava as boas-vindas num tom acizentado e quente.

(...)

Uma lareira trepidava num silêncio bruxuleante. Meu coração palpitava gradativamente, anunciando o nervosismo típico. Havia um sofá antigo com os braços rasgados, de onde pude observar o interior escuro e amadeirado. Sua coloração era verde-oliva enferrujado e parecia ser a única mobília da casa.

Sentei e encostei a cabeça nele, sem pressa de sair para perscrutar o lugar. Não que tivesse medo, mas não parava de pensar no motivo que me levara até ali. O sofá ficava de costas para a porta numa posição diagonal. E de frente para uma janela sem vidros, protegida apenas pela cortina preta de renda. Afastei-a com a ponta do pé e comecei a ouvir os ruídos da casa, acrescentando uma lenta observação do céu.

(..)

Havia tantas estrelas brilhantes que era um absurdo pensar que elas estavam todas mortas, na verdade.
Desejei poder morder as estrelas-cadáveres com toda minha voluptuosidade e languidez.
Eu aguardava, pacientemente.. até que a hora certa chegasse e me tomasse pelos braços, dançando comigo até o trágico fim que eu tanto ansiava.
Agora eu vejo as minhas antigas dores retornarem em silêncio fúnebre, intalando-se e organizando-se nas minhas entranhas. Como um presente de boas-vindas, elas exijem cada vez mais. Me pedem toda minha vida. Minha infrutífera vida à margem dos padrões. Minha cabeça dói tanto. Eu não saberia descrever a dor, por mais lacerante que ela seja. Me sinto um fanstama errante-confuso-insano, apenas existindo e coexistindo em sua dor infinita de não ter um lugar pra descansar. A dor de não ter um enredo de vida. Sou meu fantasma inquietante.

15 de fevereiro de 2010

Black-eyed.


Eu nunca fui leal. À beira da bipolaridade. É por isso que passo meus dias sozinho. Eu nunca fui grato. Serei pra sempre um olho negro. Produto de um lar destruído.

Placebo.
Conte quatro anos pra mim
E eu conto o segredo que eles têm escondido
Conte semanas de dor e agonia
Disfarçadas em minha sutil máscara facial sorridente
Posso contar histórias na igreja
Jesus não me ama mais?
Pra onde vai meu Amém?
Dê-me sua mão e ouça essas palavras bruxuleantes
Que jorram de uma adormecida mente obcecada
Flutuando, pensamentos confusos se tornando insanos
Cheiro de gasolina nas minhas roupas
Cheiro de flores esmagadas nos cabelos sujos de sangue seco
Estive longe de casa por tempo demais
E agora o caminho de volta foi apagado pelo tempo, e eu não posso..
Passiva-agressiva
Futuando, pensamentos violentos se tornando psicóticos
Decepciono a mim mesma enquanto finjo uma vitória
Uma eterna batalha sangrenta de realidades ambíguas
Há quatro anos eu tenho tido muito a rezar
Meu teto, meu assassino, meu pesadelo diurno.
Estou quebrada e com o coração partido
Por fantasmas com armas pungentes, me perseguindo há quatro malditos anos malditos-malditos.

12 de fevereiro de 2010

Doloridos devaneios, inconsolável gastrite nervosa, parte 2.

As pessoas chegavam, estranhamente felizes para uma manhã com sabor de desconhecido. Elas entravam porta adentro vestindo seus melhores sorrisos, outras com expressão ainda sonolenta, porém com o mesmo entusiasmo. Mas todas chegavam, olhavam pra ela, e apagavam seu rosto. Era uma menina esquisita, com cara de pouquíssimos amigos. Cara de amigo nenhum. Ninguém parecia se importar. Talvez não quisessem mesmo dar importância. Aos poucos ela foi invadida por uma sensação de abandono, desolação. Sempre se sentira deslocada ao redor de muitas pessoas, mas desta vez, a sensação de que não pertencia àquele lugar estava sendo ainda mais devastadora. Que vontade de sumir. Lenta e dolorosamente. Queria evaporar feito fumaça, sem deixar vestígios, sem deixar pegadas. Só queria - e precisava - sumir. Que tormento ela sentiu naqueles minutos que precediam a primeira aula do ano. Ainda havia tanta coisa pra sentir, pra aprender. Mas ela não tinha ânimo pra viver tudo aquilo. Vivia como que empurrada, arrastando-se pelo chão, enquanto os outros corriam saltitantes. Era uma grande desgraça humana quase todo dia, mas se recusava a desistir. Desistira de si mesma há algum tempo, mas não desistiria de chegar a algum bom lugar. Nem que precisasse se entupir de pílulas. Nem que precisasse se entupir de remédios, morrendo parcialmente. Bom poder experimentar algo como morrer, sem ter que morrer. Venceria o desânimo, mesmo com aquele desgosto pela vida parecido com o de quem escreve numa folha de papel amassada.

E ainda sentia o estômago queimando. Maldita gastrite inconveniente. Era tão desconfortável o modo como seus nervos interferiam no seu bem-estar. Mesmo que esse bem-estar estive ausente durante tanto tempo. Sentia ânsias de vômito, mas sempre conseguia controlar. Geralmente era só tentar se acalmar. Funciona quase sempre.

11 de fevereiro de 2010

Olá, pequeno querubim.

Hoje eu fugi até o meio-fio
Minha cabeça girava
Não colei meu coração direito
Hoje eu escrevi uma poesia ruim
Sobre como esmagar um coração
Eu arranquei meus cabelos de anjo
Estou tateando atrás de mim há semanas
Meu coração foi esmagado
Meu coração é negro-enferrujado
Antes de ser rosa pálido e esmaecido
Se eu tivesse uma arma
Oh meu Deus
Cristo me mandou calar a boca
Eu quero chorar porque não consigo sentir
Minhas asas estão sujas
Se eu tivesse uma arma
Deixaria fluídos de anjo escorrendo na parede
Mas eu não tenho
Uma única arma pra obedecer o monstrinho
Que vive dentro de mim
Cristo me mandou morrer ou calar a boca
Agora eu não sei como me esconder dele.

Ouvindo - Placebo, Drowning by Numbers.

Doloridos devaneios, inconsolável gastrite nervosa.

Durante todo o trajeto pelo corredor amplo, ela mantinha o dorso da mão enxugando o nariz de alguma coisa que não sabia o quê. Uma mania bizarra que fazia quando estava nervosa. Típico. Pensar erroneamente que manias sem nexo como esta poderiam disfarçar qualquer tipo de aflição.
Andava a passos desajeitados, com a cabeça levemente abaixada e suava frio, com verdadeiro pavor de ser notada.
Entrou confusa pela familiar porta esverdeada e sua vista feriu-se com a luminosidade exagerada que havia na sala. Ainda era cedo pra tanta luz amarela-sol, não era? Luz Amarela-amarela. A sala estava vazia, lhe causando momentâneo alívio. Escolheu um lugar próximo às janelas, onde havia maior insinuação da luz do sol. Apesar de tudo, ainda gostava daquela luz solar que pintava o céu de manhã cedo, dando a ela uma sensação estranha de vida. Era como levar um soco de Deus. Docemente. Sentou-se e acomodou a cabeça na parede, exausta. O som de vozes distantes invadiam seus pensamentos violentamente, sem pedir permissão. Tinha ainda alguns minutos para saborear a solidão. Pegou os fones de ouvido e deixou que a melodia estranha e melódica de Chopin emoldurasse aquela cena que parecia um retrato mal feito de Van Gogh. Ali, com "Dieu Tristesse" soando aos ouvidos com um gosto de fracasso na boca, ela permitiu que uma pequenina lágrima umedecesse seus olhos.
Seu coração estava novamente lhe causando danos. Mas por fim, estava viva. Apesar do martírio interno. Apesar da contradição que era viver.
Crônicamente viva.

.. continua.